A saúde bucal vai muito além de um sorriso bonito. No coração de diversos problemas odontológicos silenciosos, está uma vilã muitas vezes ignorada: a placa bacteriana. Invisível a olho nu, essa película pegajosa pode ser o ponto de partida para doenças graves se não for combatida a tempo. Neste artigo, vamos revelar tudo o que você precisa saber sobre ela, com informações aprofundadas, curiosidades pouco conhecidas e orientações práticas para prevenção e tratamento.
O que é placa bacteriana?
A placa bacteriana é uma película incolor e pegajosa composta principalmente por bactérias e restos de alimentos. Ela se forma continuamente sobre os dentes, especialmente após as refeições, devido à interação entre os microrganismos presentes na boca, os resíduos alimentares e a saliva.
Diferente do que muitos pensam, ela não aparece apenas em quem tem maus hábitos de higiene. Mesmo com escovação regular, a formação da placa é inevitável — o segredo está em removê-la antes que cause danos.
Como ela se forma?
A formação da placa bacteriana começa minutos após a escovação. Veja o processo em etapas:
- Película adquirida: Uma camada fina de proteínas da saliva se deposita sobre o esmalte dos dentes.
- Adesão bacteriana: As bactérias presentes na boca colonizam essa película.
- Multiplicação e maturação: Com a ingestão de alimentos ricos em carboidratos (como açúcar e amido), essas bactérias se alimentam, se multiplicam e formam uma matriz pegajosa que as mantém aderidas à superfície dos dentes.
Se essa placa não for removida adequadamente, ela se mineraliza e dá origem ao tártaro — um acúmulo endurecido que apenas o dentista pode remover.
Curiosidades que quase ninguém sabe
- A placa bacteriana pode começar a endurecer e virar tártaro em apenas 24 a 72 horas se não for removida.
- Existem mais de 700 tipos diferentes de bactérias identificadas na boca humana, e muitas delas participam da formação do biofilme dental.
- A saliva não é apenas lubrificante: ela tem papel fundamental na composição da placa, fornecendo proteínas que ajudam as bactérias a se fixarem nos dentes.
- A placa também pode se formar sob a gengiva, em áreas não visíveis, favorecendo doenças periodontais.
Principais riscos da placa bacteriana
A negligência com a placa pode desencadear uma série de complicações. Veja os principais problemas relacionados:
- Cárie dentária – As bactérias presentes na placa produzem ácidos que corroem o esmalte do dente.
- Gengivite – Inflamação das gengivas, com vermelhidão, inchaço e sangramento.
- Periodontite – Estágio avançado da gengivite, pode causar perda óssea e, em casos extremos, dos próprios dentes.
- Halitose (mau hálito) – Os compostos liberados pelas bactérias da placa causam odor desagradável.
- Placa subgengival – Menos visível, mas altamente destrutiva, essa placa pode causar infecções silenciosas.
O índice de placa bacteriana: você conhece o seu?
O Índice de O’Leary é uma ferramenta utilizada por dentistas para medir a presença de placa bacteriana nos dentes. Funciona assim:
- O paciente faz um bochecho com um líquido evidenciador (ou usa uma pastilha corante).
- As áreas com placa ficam coloridas (geralmente rosa ou azul).
- O profissional calcula a porcentagem de superfícies dentárias afetadas.
Esse teste simples é uma excelente forma de identificar falhas na escovação e orientar melhorias nos hábitos de higiene bucal.
Por que é tão difícil perceber a presença da placa?
A placa é invisível quando se forma, e os primeiros sinais — como uma sensação áspera nos dentes ou mau hálito leve — geralmente passam despercebidos. Por isso, muitas pessoas só percebem o problema quando surgem sintomas mais graves, como dor, sangramento ou retração gengival.
Como evitar a formação da placa bacteriana
A boa notícia é que, apesar de inevitável, a placa pode ser controlada com medidas simples e eficazes:
- Escovação adequada – Duas a três vezes por dia, durante pelo menos dois minutos, com escova de cerdas macias e creme dental com flúor.
- Fio dental – Essencial para remover resíduos entre os dentes e sob a gengiva.
- Enxaguantes bucais antissépticos – Complementam a higiene bucal, mas não substituem a escovação.
- Alimentação balanceada – Reduzir o consumo de açúcares simples e alimentos ultraprocessados ajuda a limitar a proliferação bacteriana.
- Hidratação adequada – A saliva é um agente natural de defesa contra a placa; beber água com frequência favorece sua produção.
- Consultas regulares ao dentista – A cada 6 meses ou conforme orientação, para limpeza profissional e avaliação completa.
Como remover a placa bacteriana em casa?
- Técnica correta de escovação: Movimentos suaves e circulares, cobrindo todas as superfícies dos dentes.
- Uso diário de fio dental: Antes da escovação noturna, para maximizar a limpeza.
- Escova interdental ou irrigador oral: Excelente opção para quem tem aparelhos ortodônticos, implantes ou próteses.
Dica extra: você pode usar reveladores de placa (líquidos ou pastilhas) vendidos em farmácias para visualizar onde está deixando resíduos durante a escovação.
E quando já virou tártaro?
Quando a placa endurece, ela se transforma em tártaro (ou cálculo dental). Neste estágio, apenas o dentista pode remover esse depósito por meio de um procedimento chamado destartarização ou tartarectomia.
Esse procedimento é indolor, feito com ultrassom e finalizado com polimento dos dentes. Em casos mais avançados, pode ser necessário um raspagem subgengival, especialmente se a periodontite já estiver instalada.
Placa bacteriana em crianças e idosos: atenção redobrada
- Crianças: têm tendência a escovação inadequada e consumo elevado de doces. O acompanhamento deve ser constante, com escovação supervisionada até os 7 anos.
- Idosos: apresentam menor produção de saliva, uso de medicamentos que ressecam a boca e dificuldades motoras que prejudicam a escovação. O risco de doenças gengivais é maior.
Placa bacteriana e doenças sistêmicas: existe ligação?
Sim. Estudos mostram que a inflamação crônica causada pela placa bacteriana pode ter efeitos além da boca:
- Agrava quadros de diabetes tipo 2
- Aumenta o risco de doenças cardiovasculares
- Pode causar complicações em gestantes, como parto prematuro
- Está associada a casos de pneumonia aspirativa em idosos
Conclusão: mais do que estética, é questão de saúde
A placa bacteriana é um problema comum, mas negligenciado. A prevenção é simples e está ao alcance de todos: boa escovação, uso de fio dental, visitas ao dentista e atenção à alimentação. Pequenos hábitos diários são a chave para evitar problemas futuros.
Se você está em dúvida sobre a sua saúde bucal ou não lembra a última vez que visitou o dentista, talvez esse seja o momento ideal para agendar uma avaliação.
Agora você pode fazer seu tratamento pertinho de você e ainda parcelar em até 24x. Agende sua consulta com um dentista parceiro da Implantes 24x e cuide do seu sorriso com quem entende do assunto.
Fontes e referências
- Organização Mundial da Saúde. Global oral health status report – 2022.
- Socransky SS, Haffajee AD. Dental biofilms: difficult therapeutic targets. Periodontol 2000. 2002.
- Associação Brasileira de Odontologia – ABO.
- American Dental Association – ADA.
Se desejar, posso criar também a versão deste artigo em carrossel para redes sociais. Deseja seguir com isso?


